Durante 15 anos, “Malhação” passou por diversas modificações para se adaptar ao gosto das várias gerações que acompanham o programa o programa de dramaturgia mais longo da TV brasileira. As opiniões dos jovens se dividem: uns se identificam com a trama, outros acham o formato desgastado, dizem não ter mais graça… 

“Fazer uma história nova, diferente de todas as que já foram feitas, dá muito trabalho”, justifica atual autor da novela Ricardo Hoffstetter.

Para o professor de psicologia da PUC-SP Miguel Angelo Yalente Perosa, essa empolgação é resultado de pesquisas nas quais a novela se baseia para atingir os jovens. “As questões levantadas dão ibope”, afirma. Ibope, aliás, é uma preocupação. A audiência vem caindo desde 2004, quando atingiu 31,7 pontos de média. Hoje, a novela amarga a pior audiência da década –18 pontos de média até 26 de maio. Cada ponto equivale a cerca de 60 mil residências na Grande São Paulo.

Ambientada, atualmente, em um colégio –o Primeira Opção–, “Malhação” se tornou também uma espécie de escola para jovens atores. Carolina Dieckmann, Débora Falabella, Daniel de Oliveira, Cauã Reymond, Fernanda Vasconcellos, Thiago Rodrigues e Nathalia Dill estão entre os nomes que passaram pela atração.

A autora e atriz Maria Mariana, 37, escreveu “Malhação” nos anos 90, após lançar o livro “Confissões de Adolescente” (ed. Agir). Para ela, o desafio da novela é ter atores que já não venham com clichês. “A maioria já vem com um jeitinho ‘Malhação’ de ser”, brinca.