O índice de brasileiros que fumam vem caindo nas últimas décadas, passando de 33% em 1989 para 15% em 2008, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mas um grupo específico está preocupando especialistas:

As jovens e adolescentes, que têm experimentado o cigarro mais do que os meninos. Esse cenário não se limita ao Brasil, tanto que a OMS (Organização Mundial da Saúde) escolheu o assunto Gênero e Tabaco com Ênfase no Marketing para Mulheres como tema para o Dia Mundial Sem Tabaco, que acontece nesta segunda-feira (31).

A diretora-geral da OMS, Margaret Chan, diz, em comunicado, que a tendência em alguns países é “extremamente preocupante”. Apesar de, historicamente, os homens fumarem mais que as mulheres, que representam apenas 20% dos fumantes, há indícios de que em certas regiões o problema cresce mais entre as meninas. Em metade dos 151 países analisados pela OMS, as garotas já fumam tanto quanto os garotos, diz Chan.
(O uso do tabaco não é libertador ou glamouroso. É viciante e mortal.) 

No Brasil, uma pesquisa feita pela SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia) com 2.829 alunos de escolas públicas de São Paulo mostra que as meninas já estão fumando mais que os meninos.

Silvia Cury, do comitê antitabaco da Sociedade Brasileira de Cardiologia e coordenadora da pesquisa, aponta diferenças na motivação para começar a fumar: enquanto eles aderem ao tabagismo para fazer parte do grupo ou pelo modelo que têm em casa, em geral elas colocam o cigarro na boca por questões pessoas e para lidar com fatores como ansiedade e estresse.